Com o objetivo de garantir a continuidade do processo fermentativo com eficiência e custo adequados, a área industrial da Usina São José da Estiva está trazendo uma inovação, a de escolher qual insumo usar no tratamento ácido da levedura, uma das etapas do processo de produção.
Segundo Ricardo Ribeiro da Silva, gerente de Área de Produção, a empresa conta com o apoio da Fermentec e do departamento de Química da USP, campus de São Paulo, para esta mudança, inédita no setor. “Usamos o ácido sulfúrico (H2SO4) para a etapa de fermentação e, a partir de agora, teremos a opção de usar também o ácido clorídrico (HCl) com os mesmos resultados”, explica.
“Essa inovação foi motivada pela crise de oferta e disparada dos preços do ácido sulfúrico desde a safra passada”, acrescenta Ricardo. Segundo ele, os custos do insumo tiveram alta de mais de 3 mil por cento.
Mas, segundo Marco Antônio Cardoso de Toledo, gerente de Divisão Industrial, para fazer a substituição não bastava apenas a avaliação econômica. “O uso do ácido no tratamento do fermento é muito crítico e precisávamos ter a validação técnica da solução”, apontou.
Esta validação veio através de conteúdo apresentado por profissionais da Fermentec, no que diz respeito ao tratamento do fermento, e da USP, quando pesquisadores, especializados em corrosão, relataram os resultados de ensaios sobre o tema, realizados em ambientes com a presença do HCl. “Estas informações foram fundamentais para o direcionamento da nossa decisão”, apontou Marco Antônio.
“Teremos flexibilidade de utilizar qualquer um dos dois ácidos no processo fermentativo, pois tecnicamente possuem a mesma função. A grande diferença será dar duas opções para o time de Suprimentos capturar o melhor preço, seja o clorídrico ou sulfúrico, e assim podermos ter redução do custo final da produção de etanol”, detalhou Ricardo.
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